terça-feira, 11 de agosto de 2009
Conheça os monitores do SAGAS
Nome: Délson Souza do Nascimento
Idade: 26
Além de monitor do SAGAS, é... Estudante de cursinho e participante de ações junto à liderança comunitária da Barra do Ceará
Para você, o que representa ser monitor?
Um elo muito grande entre população e nós. Uma grande oportunidade de passar informações para as pessoas.
Já aconteceu alguma situação engraçada durante as visitas nas Regionais?
Várias. Umas abordagens bem engraçadas e diretas... (rs!). Já deram em cima da gente, convidaram para sair...
E como vocês reagiram?
No começo, a gente ficava muito envergonhado, sem jeito. Mas hoje a gente aprendeu a ficar mais tranqüilo e leva na brincadeira, na esportiva.
E já teve alguma situação mais difícil nas visitas?
Uma tentativa de assalto, uma vez. Mas ainda bem que foi só um susto e nada aconteceu.
E de que você mais gosta na monitoria?
Eu ganho experiências valiosas, muito aprendizado. Através das conversas, a gente traz muita coisa boa para a nossa vida.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Jovem gay fala de escola, trabalho e preconceito
Nome: Tarcísio Ferreira
Idade: 29 anos
Atividade artística da qual participa atualmente: Dança quadrilha no bairro Vila Velha, região Noroeste da Regional I , em Fortaleza.
Tarcísio, o que mudou com sua participação nas oficinas do Projeto SAGAS?
Antes eu era tímido. Foi no GRAB que mudei mais.
Aí que você resolveu dançar quadrilha?
Na verdade, eu já queria dançar e tinha vergonha. E eu percebia que a maioria das pessoas que eu conhecia e que dançavam eram “entendidas”. Eu tinha vergonha e não falava com ninguém. Até virava a cara!
Mas você falava com os heterossexuais?
Falava, falava sim!
Ué, mas por que só não com outros gays?
Porque tinha medo que alguém de perto de casa descobrisse...
As pessoas no seu bairro não sabem sobre sua orientação sexual?
Antes do GRAB não, mas hoje em dia , tudo bem. O projeto mudou minha vida, porque não há coisa pior que ter dupla personalidade. E a “revelação” nem foi tão difícil, achei que todos iam me isolar, mas isso não aconteceu . Não que ainda não exista discriminação.
E você está estudando, Tarcísio?
Bem, eu fui até o segundo ano do Ensino Médio, em 2003. Ou será que foi 2004? Bem, não me lembro direito. Só sei que desisti no 2º ano.
Mas por quê?
Eu não gostava muito de ler. Não tinha paciência. Mas assim, se me der uma revista em quadrinhos em leio toda! (risos)
Você disse que participar do projeto representou uma grande mudança na sua vida. Fala um pouco sobre as oficinas.
O projeto me ajudou a me informar sobre DST's, Aids, etc. Antes eu tinha até medo de falar com alguém soropositivo! Hoje em dia não. Conheço pessoas que têm o HIV e as respeito muito, somos amigos mesmo. A discriminação também prejudica na prevenção, porque com medo de me “revelar” nem tocava no assunto com outras pessoas, para me informar.
Você sofria preconceito na escola?
Bem, alguns desconfiavam e me perturbavam bastante. Eu ficava muito chateado.
Isso contribuiu para que você abandonasse os estudos?
Bem, tinha o fator de que eu não gostava muito de ler também... (pára e pensa um pouco) Não, quer saber? Acho se eu tivesse sido bem aceito, assim como no GRAB e na quadrilha junina, eu teria ido até o fim. Com certeza!
Já aconteceu discriminação em algum emprego ou entrevista?
Comigo não, mas com um amigo. Nós dois estávamos participando da mesma seleção e eu percebi que ele tinha ido muito bem. Quando terminou, o responsável pelo processo me chamou e disse que eu tinha a vaga, mas meu amigo não, porque ele era muito “desmunhecado”. Então pensei apavorado: “Já pensou se ele sabe que eu também sou?”.
E como você acha que a sociedade trata a juventude gay?
Acho que tem muito preconceito ainda. Entendido só trabalha em salão de beleza, loja de cosmético. É difícil ver um gay vendendo eletrodoméstico, por exemplo. A impressão que dá é que as empresas te obrigam a manter uma postura de tal jeito, senão você não é considerado sério. A gente não pode ser como é de verdade. Outra coisa é que os pais proíbem os filhos de terem amizade com gays. Eu fico com medo de alguns deles (que são homossexuais), quando a família descobrir, vir dizer que é porque eu influenciei.
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